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Campinas, SP, Brazil
Estudante de Teologia da FNB - Faculdade Nazarena do Brasil

sábado, 27 de agosto de 2011

Resenha Crítica do Livro: O que é Religião? ( Rubens Alves)



Rubens Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais. É Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na UNICAMP, onde recebeu o título de Professor Emérito. Tem um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.
Nesta obra o autor busca apontar caminhos, sejam ele filosóficos, antropológicos ou sociológicos para o que é religião. Inicia com um breve panorama histórico desde a época em que a religião constituía o cerne da vida particular e social, onde segundo o autor: “o universo físico se estruturava em torno do drama da alma humana”. No entanto, demonstra que no decorrer da história a ciência e a tecnologia avançaram, a situação mudou e a religião deixou de ocupar lugar central nas esferas do saber e da política. Levanta então a seguinte questão: poderiam os cientistas que defendem a rigorosidade do método científico, tirar conclusões acerca da religião sem ter tido antes a experiência religiosa?
A proposta do autor é que o estudo da religião não deva ser de forma isolada com grupos sociais restritos e separados, antes deve ser como um espelho em que nos vemos. O conhecimento e as atividades do homem moderno por mais privadas que estejam da linguagem religiosa, no fundo apresentam as mesmas perspectivas religiosas do passado.
Buscando interpretar a significação dos símbolos religiosos, fala dos animais e de como eles sobreviveram, da adaptação dos seus corpos ao ambiente, passa então ao homem, que não sobrevive, segundo ele, por meio de artifícios de adaptação física, pois ele cria a cultura e com ela as redes simbólicas da religião. A analogia situa-se em torno da seguinte pergunta: “Poderão os símbolos, entidades tão débeis e diáfanas, nascidas da imaginação, competir com a eficácia daquilo que é material e concreto?”
 O que esta em jogo é a busca pelo sentido da existência humana, por isso a religião, é o meio porque o homem através da imaginação, vai transformar sua realidade concreta em um universo simbólico que lhe traga sentido existencial. Os símbolos atendem a essa necessidade, tão poderosa quanto o sexo e fome: viver num mundo que faça sentido.
Retomando sua análise de como a religião foi relegada a segundo plano no transcurso da história, o autor demonstra como ocorreu o exílio do sagrado. Na Idade Média os símbolos haviam alcançado tamanha importância na vida dos homens, a ponto destes não mais os discernirem da realidade concreta, o que ocorrera fora um fusão entre a visão de mundo dos hebreus e cristãos com as dos gregos e romanos.
Deus era o tema central na vida social e particular, os símbolos tinham a solidez das montanhas, uma civilização construída sobre as teias da fantasia mantinha-se por séculos, mas os homens começaram a fazer coisas não previstas no receituário religioso, faziam parte de uma classe intermediária na estrutura social: a burguesia. Desta classe surgiu uma nova atividade econômica que corroeu as coisas e os símbolos do mundo medieval. Apresentava uma nova visão de mundo baseada na utilidade, que só reconhece o lucro.
A condenação do sagrado era exigida pelos interesses da burguesia, a religião representava o passado e a ciência , por sua vez, alinhava-se ao lado dos vitoriosos, por isso: a ciência era a verdade. A ciência exigia a submissão do pensamento, a rigorosa objetividade, a subordinação do pensamento ao dado, portanto, a religião passa a ser taxada de discurso desprovido de sentido e o passado medieval de Idade das Trevas.
Deus como dizia Rickert foi “confinado aos céus” e à religião foi dada somente a administração do mundo invisível, mas os homens ainda tinham alma e o sagrado sobreviveu como religião dos oprimidos. A cosmovisão do povo na Idade Média era enriquecida pelo significação que se dava as coisas, estudava-se o universo e as coisas buscando entender seu significado, no entanto, ressalta o autor: o avanço científico surge à partir do momento em que a ênfase é dada ao que as coisas são de fato.
Ao afirmar que o discurso religioso é desprovido de sentido, os empiristas ignoraram a religião como coisa social e se concentraram nos enunciados que aparecem junto a ela, cometendo assim um equívoco.Também erram aqueles que buscam julgar a religião como falsa, segundo Durkheim a religião é um fato, por isso os julgamentos de verdade e falsidade não podem ser a ela aplicados.
Alves demonstra que o universo inteiro, dividi-se em duas classes, encontramos assim o espaço das coisas sagradas e delas separadas por uma série de proibições, as coisas seculares ou profanas. Segundo o autor, sagrado e profano não são propriedades das coisas, mas se estabelecem pelas atitudes dos homens perante coisas, espaços, tempos, pessoas.
O profano é o círculo das coisas utilitárias, no mundo utilitário não existe coisa alguma permanente, em contraposição, uma das marcas do sagrado é a transgressão do critério de utilidade. O Sagrado é o criador, a origem da vida, a fonte da força e o homem é a criatura, em busca da vida, carente de força, entretanto, quando a secularização avança e o utilitarismo se impõe na sociedade, esta se estilhaça sob a pressão das forças do individualismo, por isso a religião é uma das condições para a sobrevivência da vida social.
A sociedade é o “Deus” que todas as religiões adoram, ainda que de forma oculta, escondida aos olhos dos fiéis, para estes pouco importa se suas idéias sejam corretas ou não, pois a essência da religião não é a idéia, é a força, o sagrado não é um círculo de saber, mas um círculo de poder. Para Durkheim a certeza de que a religião era o centro da sociedade era tão grande que ele não podia imaginar uma sociedade totalmente profana e secularizada, a religião pode se transformar mas nunca desaparecerá.
            No capítulo que traz o título de: “As Flores Sobre as Correntes”; observa-se uma rápida análise da visão de Karl Marx, seus ideais e pressupostos. Destaca-se a cosmovisão materialista de Marx, o rompimento com os símbolos do sagrado na construção de uma sociedade utópica, liberta da alienação da vontade própria no trabalho.
O papel da religião estaria em consolar os fracos e dar legitimações que consolidam os fortes. Para Marx a libertação da ilusão da religião dar-se-ia através da crítica. As circunstâncias da vida é que determinam a consciência religiosa e esta não pode ser tirada a força da mente humana, mas através da transformação da realidade, quando a sociedade se libertasse da alienação, então haveria a desconstrução do sentido da religião - o “ópio do povo” não existiria mais lugar para a ilusão.
No entanto, demonstra o autor, que o equívoco ocorre ao pensar que o sagrado é somente aquilo que ostenta os nomes religiosos tradicionais, como lembrava Durkhein as roupas simbólicas da religião se alteram e onde quer que imaginemos valores e acrescentemos ao real, aí está o discurso do desejo, justamente o lugar onde nascem os deuses, por isso, ao idealizar a sociedade, Marx deixa de lado os antigos símbolos sagrados, mas sua crítica a religião não termina com ela, simplesmente inicia um novo capítulo, como corretamente observa Albert Camus: “Marx foi o único que compreendeu que uma religião que não invoca a transcendência deveria se chamada política ...”
Da análise sociológica de Marx, o autor passa a  analisar em Voz do Desejo o que é religião sob a óptica de Freud e Feuerbach, numa análise que busca compreender como a religião se expressa na alma do homem. Para Freud a religião seria uma ilusão que representa os mais urgentes desejos da humanidade, da qual o homem se libertaria assim que alcançasse a maturidade; contrapondo-se ao negativismo de Freud está Feuerbach, para ele mais do que um sonho fadado ao fracasso: a religião é um sonho que contém a maior de todas as verdades: a verdade da essência humana.
Ao adentrar as profundezas da alma, o autor demonstra que a religião é muito mais do que um discurso desprovido de sentido ou uma ilusão. Vai além da análise sociológica, é mais que uma ilusão, deve-se entender quais são as razões que fazem com que os homens construam os mundos imaginários da religião.
Para encerrar seu esforço na busca para explicar o que é religião, Rubens Alves fala sobre O Deus dos Oprimidos, mostra-nos como o discurso religioso é expressado de maneira diferente entre as classes sociais, cita como exemplo das classes oprimidas o profeta hebreu, então faz a diferenciação entre oprimidos e opressores.
Propõe uma discussão, onde segundo seu ponto de vista a religião representa a força e o poder que está intrinsecamente ligada ao homem, por isso ela pode ser vista como subversiva uma vez que saia do campo da aceitação e adentre o caminho da mudança social, neste momento é que são produzidos os mártires, é quando a crítica se aguça de maneira contrária a religião. O autor questiona os parâmetros adotados pela ciência e indaga: “não haverá um dever de honestidade a nos obrigar a ouvir a religião, até agora silenciosa?”
Como definir melhor os caminhos percorridos pelo autor nesta obra do que nas suas próprias palavras:
A quem vou invocar como representante da religião? Você percebeu que, em cada capítulo, esforcei-me por assumir a identidade daquele em cujo nome falei. Tentei ser positivista, tentei ser Durkheim, falei como se fosse Marx, como  se fosse Freud e Feuerbach, procurei as visões dos mundos dos profetas. Estranha e maravilhosa capacidade, esta de brincar de "faz-de-conta".
Foi isso que Rubem A. Alves fez, abandonou certezas para ver como o mundo se configura na visão de outras pessoas. Ao fazer a apreciação de diversas personalidades e suas teorias acerca da religião, usou o método comparativo e histórico para propor induções que enriquecem o debate acerca do que é a religião.
Através do seu estilo ambivalente, o autor desenvolve a crítica aos diversos sistemas, desde o religioso, passando pelo político, ideológico, até a assepsia metodológica da ciência. Suas divagações tem um sentido que busca compreender a religião.
Uma das contribuições do autor esta em ampliar os horizontes, para que o leitor possa refletir acerca do significado da religião em diferentes contextos. O autor não específica uma religião, mas as trata de um forma genérica, ela não adentra o universo particular de cada uma delas, mas fala de suas generalidades.
Através do exercício da comparação, vai desenvolvendo o texto de maneira a propor a subjetividade humana em cada elucidação, por trás de ideologias há sempre uma realidade, um contexto histórico, uma diferença entre classes sociais, entre oprimidos e opressores.
O que fica implícito no que tange a religião é a idéia da não existência de verdades absolutas, nem entre religiosos, nem entre cientistas, por isso propõe uma abertura para um diálogo da ciência com a religião, que a ciência liberte-se de antigos paradigmas.
No entanto, é paradoxal que enquanto pastor e teólogo percorra caminhos tão relativos, mas compreensível enquanto estudioso do comportamento, sua análise introspectiva demonstra seu viés psicanalítico e sua atitude questionadora o exercício da filosofia.
 A obra é dirigida a todos que desejam entender a religião sob diferentes aspectos, sobretudo aqueles que estudam as religiões, independente se sob o prisma sociológico, teológico, antropológico, histórico, etc... A relevância está em expandir a visão além dos enfoques tradicionais.

domingo, 10 de abril de 2011

Os missionários são desequilibradas? Sob que padrão o seu ou o de Deus?

          
Todos os anos milhares de homens e mulheres deixam sua casa, família e nação para obedeceram a grande comissão dada por Jesus de irem e fazerem discípulos por toda a Terra, realmente é necessário um ato de fé para obedecer ao chamado missionário, não se trata de uma escolha racional, pois se fosse assim ninguém a faria, mas por amor aos perdidos e obediência ao Senhor é possível ver pessoas abrindo mão dos seus sonhos.
Entender a loucura da cruz é para poucos, na verdade esta compreensão somente é possível para aqueles que nasceram de novo. O apóstolo Paulo afirmou: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”
1 Coríntios 2:14.
Por isso, sob a perspectiva humana é difícil entender o que leva o missionário a abrir mão de todo o conforto do lar para sair pelo mundo, como disse Jesus “sem ter onde reclinar a cabeça”, isto é algo totalmente incompreensível para as pessoas com a mentalidade deste século.
Conforme consta no artigo escrito para o site do Clap (Centro Latino Americano de Parapsicologia) pelo Dr. Victor Eugênio Arfinengo, médico psiquiatra: “O indivíduo “desequilibrado” é um conceito da psiquiatria francesa. O indivíduo com seu desequilíbrio indica instabilidade, inadaptação e perda de si mesmo. Os desequilibrados mostram falta de equilíbrio nos campos cognitivos, afetivos e volitivos da estrutura da personalidade.”.
Se nos ativermos a afirmação que os desequilibrados mostram falta de equilíbrio nos campos cognitivos, afetivos e volitivos da estrutura da personalidade e analisarmos os missionários sob está afirmação, poderemos afirmar que de alguma maneira os missionários são desequilibrados
Para o senso comum, desequilibrados são pessoas excêntricas e que não se conformam aos padrões impostos pela sociedade, por isso ,qualquer pessoal que não compreende a revelação de Deus classifica as atitudes dos missionários como desequilibradas.
No entanto, se analisarmos sob o ponto de vista das Sagradas Escrituras e entendermos por equilibradas pessoas que se alinham a vontade de Deus, em contraposição aquelas que vivem segundo seus próprios desejos, entenderemos que de fato os missionários são pessoas verdadeiramente equilibradas.Dada a amplitude do termo desequilibrado, ainda que missionários sejam taxados dessa maneira, tal afirmação testemunha das suas obras e mais do que nunca o mundo precisa desses desequilibrados!

domingo, 13 de março de 2011

CONCLAMAÇÃO À IGREJA DE CRISTO


Diante da onda de protestos que vem acontecendo, somos indagados acerca do papel da igreja em face de tais acontecimentos. Muitos líderes eclesiásticos preferem se calar a expor sua opinião, mas como representantes do Reino de Deus na Terra, tal posicionamento apesar de cômodo não é aquele que se espera, portanto, torna-se impossível assumir um papel de neutralidade, não podemos deixar que tal oportunidade passe despercebida, eis o momento propício...
Não é de hoje que observamos a tendência de grupos oprimidos em se rebelarem e expressarem sua indignação quanto à opressão que sofrem dos grupos dominantes, das mais variadas motivações surgem no palco da história protestos que viabilizam a expressão dos sentimentos de um determinado grupo social.
Historicamente o ano de 1968 é conhecido como o ápice de um processo de manifestações pela busca de interesses de grupos oprimidos, ainda que tenham ocorrido por diferentes motivações nos mais variados contextos geográficos. Ele foi também um marco para o desenvolvimento de diversos movimentos que sublinharam o final do século XX.
Observando o cenário mundial da atualidade, é impossível não traçar um paralelo entre o ano de 68 e os crepusculares acontecimentos que principiam o ano de 2011. Essa tendência ao protesto que parece aos olhos da igreja atual um tanto rebelde, levanta uma série de questões que dividem as opiniões entre as lideranças eclesiásticas, gerando um debate acerca do papel dos protestantes diante da revolução em curso na sociedade pós-moderna. Uma das indagações seria a respeito de uma participação mais efetiva da igreja, expondo e defendendo seus valores em face das distintas sociedades em que está inserida no âmbito global.
Este exercício apologético que nos remete as origens do protestantismo, trata-se de um movimento onde os líderes da igreja assumem o papel de conduzir os fiéis levando-os a militância em prol da expansão do Reino de Deus entre as famigeradas massas em destaque nos noticiários. No entanto, diante da diversidade de ministérios o que se percebe é a falta de coesão entre os protestantes, o que dificulta a viabilidade desse empreendimento.
Além dessa dificuldade, uma das principais objeções quanto a esse movimento é exatamente seu caráter revolucionário, por isso, os mais conservadores assumem uma postura cautelosa devido a possibilidade deste assumir um viés marxista, em uma luta não mais direcionada pela expressão de princípios bíblicos, respaldados por uma correta interpretação das Escrituras Sagradas buscando demonstrar seus valores; mas em um movimento utópico pela busca de uma sociedade nivelada por suas regras, anulando assim “as classes opressoras”, substituindo o caráter de luta pelos valores bíblicos em prol dos seus próprios interesses políticos, num movimento retrógrado que remete a Igreja Católica Romana da Idade Média.
  Portanto, cabe a cada um de nós, integrantes do Corpo de Cristo, assumir uma atitude de intercessão e ação, que revele o verdadeiro caráter da igreja, que é o de proclamar o evangelho do Reino de Deus e acolher vidas de pessoas que perderam a esperança diante do fracasso do homem em governar a si mesmo, em um esforço que fique mundialmente conhecido pela participação efetiva dos protestantes em alcançar os insatisfeitos levando-os a estarem sob o governo de Cristo.

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quarta-feira, 9 de março de 2011

A VITÓRIA SOBRE A MORTE


A morte tem sido um dos mais intrigantes mistérios que o homem busca desvendar desde o princípio da sua existência. Frente ao enigma da morte, desenvolveram-se crenças que evoluíram progressivamente a sistemas mais complexos, como as religiões que conhecemos hoje, cada uma delas procurando explicar o motivo da nossa existência, trazendo um significado para a vida presente e uma esperança para o futuro após a morte.
Diante da diversidade de religiões que lidam de diferentes formas com esse fenômeno, buscaremos entender sob a perspectiva cristã o mistério que envolve a morte. Conhecendo o contexto histórico-cultural em que ocorrem os relatos do novo testamento, nos é interessante ressaltar o significado[1] etimológico da palavra morte na cultura hebraica, segundo consta:
“No hebraico antigo, a palavra morte aproxima-me bastante do conceito de morte humana na medida em que está atrelada à idéia de separação. A morte é a separação entre o corpo físico e o elemento sutil refraim (sombras) ou espírito, nas versões menos arcaicas. O conceito de separação é sugerido nas palavras decomposição (fim de um ser composto quando ocorre a separação dos elementos que o formavam) e expiração (fim que ocorre pela separação em forma de esvaziamento do corpo com a retirada do sopro vital).
É interessante notar como as palavras morte e pecado também estão unidas no aramaico para representar a separação entre Deus e o homem. Após a morte, o refraim ia para o sheol, uma região subterrânea que significa "ser oco"...”
A idéia de separação entre Deus e o homem representada pela união das palavras morte e pecado, pode ser desenvolvida dividindo a morte (separação) em diferentes categorias:
·       Morte física – a transmitida no trecho transcrito; a separação entre o corpo físico e o espírito; a separação entre os elementos que formavam o corpo; a expiração ou retirada do sopro vital do corpo.                                                               
·       Morte espiritual – a condição do homem após a queda no Jardim do Éden, a separação entre Deus e o homem na vida presente, a perca da comunhão entre o espírito do homem e Deus.

·       Morte eterna – A separação eterna entre o homem e Deus; a condição de todos os homens que morreram sem a salvação que está em Jesus Cristo.
Frente ao temor do homem à horrenda e temível expectativa da morte, é ainda aprofundado seu significado sob esta tripla perspectiva, ou seja, a morte não representa apenas o fim da vida material, mas um porvir que está condicionado a escolhas pessoais no transcurso da vida terrena ou material e ainda seu relacionamento com o Criador. Portanto, é muito mais preocupante do que se estivesse retida apenas em seu primeiro significado, no entanto, ao mesmo tempo muito mais reconfortante, uma vez que existe a possibilidade de vida eterna.
Foi esta possibilidade que a morte e ressurreição de Cristo representaram para todos os homens que não tinham mais esperanças. Foi a vitória sobre o pecado e a morte uma das principais mensagens de Cristo, a restauração da comunhão do homem com Deus e a promessa da vida eterna.
No entanto, sua mensagem de salvação estava condicionada a alguns fatores, observemos suas afirmações:
 Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5: 24
O elemento condicional para passar da morte para a vida na passagem acima é ouvir a sua palavra e crer naquele que o enviou, mas é necessário mais do que isso, pois Jesus ainda afirmou:
“Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.” Jo 8: 51
Além de ouvir, é necessário também guardar a Sua palavra, os que a guardam recebem a promessa de nunca verem a morte eterna. Não apenas no evangelho, mas também em sua primeira carta, João mostra que o que leva a pessoa a saber se passou realmente da morte para a vida, é amar os irmãos:
“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.” 1 Jo 3: 14
A partir da queda do homem, este passou da vida para a morte. Desde então, Deus passou a se revelar de forma progressiva, buscando levar o homem novamente a vida. Estabeleceu uma aliança com Abraão, e prometeu abençoar através da sua descendência todas as nações da Terra. Depois estabeleceu mandamentos por intermédio de Moisés, onde demonstrava ao homem o quanto este era falho e pecador, por isso, o apóstolo Paulo afirmou:
“E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.” Rm 7: 10
            Tal fato se explica devido a natureza pecaminosa do homem, herdada de Adão, que através de um ato de desobediência a Deus permitiu que o pecado e a morte entrasse no mundo e dominasse o homem, por isso, era necessário que uma nova aliança fosse estabelecida, onde não mais prevalecesse a vontade da carne (corpo e alma) que levaria a morte, mas a vontade de Deus que levaria a vida, através do Seu Espírito no homem, então Paulo chegou a está conclusão:
“Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” Rm 8: 6
Foi a inclinação da carne que levou o homem a se rebelar contra Deus, mesmo conhecendo Seus mandamentos e a Sua justiça:
“Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem”. Rm 1:32
            Esta inclinação carnal ao pecado herdada de Adão levava todos os homens a morte, por isso, para que a justiça de Deus fosse feita era necessário restabelecer a capacidade de escolha do homem, dessa forma ele estaria livre para escolher a quem desejaria servir:
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”  Rm 6:16
O livre arbítrio é uma prerrogativa necessária para um justo julgamento. A escolha do homem determinaria o juízo de Deus, se fosse a obediência: a vida; se você o pecado: a morte. A escolha pela vida seria precedida pelo arrependimento, mas a escolha pela morte, permeada pela desconfortante tristeza do mundo, segundo o que está escrito na segunda carta aos coríntios:
“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” 2 Co 7:10
Ainda com base na afirmação de Paulo aos coríntios, entendemos porque as pessoas estão mortas se Deus não as chamar para a vida, uma vez que o texto afirma que:  a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a Salvação”. Ou seja, Deus proveu todos os meios, para que o homem fosse indesculpável diante da condenação eterna.
Como foi escrito anteriormente, Deus passou a se revelar de forma progressiva, buscando levar o homem novamente à vida; a revelação do Verbo encarnado foi o ápice desse propósito divino de revelar-se, o que está expresso na segunda carta a Timóteo:
“E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho;”  2 Tm 1:10
            Além disso, a encarnação do Verbo era necessária para que ele tivesse participação na carne e no sangue e assim pudesse vencer o império da morte, usando como instrumento de aniquilação deste império a própria morte. Esta vitória foi possível não apenas pela morte de Cristo como um sacrifício perfeito, mas sobretudo pela sua ressurreição, a consumação da vitória.
E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Hb 2:14
            Assim como Jesus participou da carne e do sangue, cabe ao homem numa atitude de arrependimento por seus pecados e fé na Sua ressurreição, ter também participação na morte de Cristo, morrendo para o pecado e nascendo para uma nova vida, assim o império da morte não terá mais domínio sobre ele. Está é a certeza que o homem pode ter:
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,” Rm 6:8  


[1] Alexandria, I. d. (s.d.). A Palavra Morte. Acesso em 20 de fevereiro de 2011, disponível em http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/israel_textos/a_palavra_morte.htm

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DE TER OBJETIVOS

Muitas pessoas vivem sem ter objetivos e vêem a vida passar sem ter realizado nada, se tiveram sonhos não lutaram suficientemente para vê-los se tornarem realidade. Deus nos criou com um propósito, conhecer o plano de Deus para nossas vidas deveria ser um dos nossos principais objetivos.
Ao conhecer o plano Deus para nossas vidas, começamos uma jornada para que ele se torne realidade no mundo real, tudo se origina no mundo espiritual, mas a medida que começamos a caminhar pela fé, vemos gradativamente transformações no mundo físico.
Todo homem deve ter um propósito na vida que sirva para direcioná-lo, como um edifício em construção assim é sua vida na terra, este edifício deve ter como base a fé em Jesus Cristo, sendo assim este edifício estará sendo construído sobre a rocha (Mt 7: 24 -27)
Cada dia será um dia para edificar, mas como Jesus alertou (Lc 14: 28 -31), é importante planejar antes de começar qualquer empreitada, antes ainda é necessário saber o que se quer construir. A escolha do que queremos edificar durante nossa vida terrena vai repercutir na eternidade (1Co 3: 7 -15), portanto, devemos avaliar se os nossos objetivos estarão aptos a passar pelo fogo da palavra, ou seja, se não fogem aos princípios bíblicos.
Um dos dons mais preciosos que recebemos de Deus é o tempo, por isso, não podemos desperdiçá-lo com coisas vazias e sem sentido. Antes de qualquer coisa, como Jesus disse, devemos buscar o Reino de Deus (Mt 6: 19 -34), pois assim todas as nossas necessidades materiais serão supridas. Devido a essa importante revelação que nos foi deixada por Jesus, devemos começar cada ano; cada mês; cada semana; cada dia com essa prioridade.
Buscar o Reino de Deus em nossas vidas significa buscar o seu reinado em todas as áreas da nossa vida, seja familiar, pessoal, profissional, financeira e espiritual. Buscar o Seu reino significa fazer a Sua vontade (Mt 6: 10), por isso, as áreas em que Satanás governa através do pecado, devem passar a ser dominadas por Deus através da obediência a Sua palavra. Cabe a cada um de nós fazer uma escolha:
“Estar ao lado de Deus nessa batalha, obedecendo a Sua vontade. Ou sob o governo do Diabo, vivendo uma vida de pecado.”
            Após aceitarmos Jesus, devemos reavaliar os nossos objetivos. Um dos grandes diferenciais, que nós temos como seres semelhantes a Deus é a capacidade de planejarmos. Nosso planejamento deve ser feito com base em nossos objetivos e sonhos, desde que estejam alinhados a vontade de Deus. Por isso, é importante listarmos nossos objetivos de longo, médio e curto prazo, e apresentá-los continuamente a Deus, numa atitude de fé e esperança.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Papel do Cristão

   Diante dos problemas que a sociedade brasileira têm enfrentado, como devem reagir os seguidores de Cristo?

     A cada dia nos deparamos com situações que demonstram o quanto nossa sociedade tem se afastado de Deus, os últimos acontecimentos nos revelam que a impiedade e a injustiça são realidades a serem enfrentadas pelos seguidores de Jesus Cristo. Como membros de um  organismo vivo que é a Igreja somos embaixadores do Reino de Deus na Terra, não podemos permitir que as trevas prevaleçam sobre a nação brasileira. As perspectivas para o futuro próximo não são nada boas, mas diante de um horizonte sombrio devemos nos prostrar e interceder pelo Brasil e seus líderes. Prestemos atenção as palavras que nos foram entregue por intermédio de Tito:


"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,


Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente," ( Tito 2: 11,12 ACRF)

      Façamos como John Wesley que diante de uma sociedade corrompida não ficou indiferente e por isso levou a nação inglesa aos pés do Senhor . Veja o que ele diz:

   · "Vocês não tem nada a fazer, senão salvar almas. Portanto, gastem tempo e sejam gastos nessa obra. Devem ir sempre não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas principalmente daqueles que mais necessitam de vocês."   (John Wesley)

       Muitas pessoas estão tão envolvidas pelo pecado, que sequer têm consciência da necessidade de um Salvador. Por isso, é nosso dever levar tais pessoas a reconheceram está necessidade. Não podemos parar, prossigamos em alcançar vidas para o Reino de Deus.

Link :Louvor de Intercessão Pela Nação
               

sábado, 4 de dezembro de 2010

Primeira Publicação

        Olá ! Esta é a primeira de muitas publicações do meu blog! O meu objetivo é que ele seja um espaço para compartilhar, edificar e tratar de questões que estão em pauta! As reflexões teológicas devem fazer parte deste canal, espero poder colaborar com boas edições diárias sempre que possível, por isso convido a todos que tem interesse em debater questões importantes, a acompanhar as publicações. Seja bem-vindo! A aventura começa....